Gravidez nos olhos dos outros é refresco

Esses dias pra trás eu ouvi “Ainda bem que você teve uma gravidez calma, né Héllen? =)” Quase que dei um Aurélio de presente pra pessoa pra ela procurar o significado da palavra “calmo” porque se teve uma coisa que minha gravidez não foi é calma! A gravidez trás consigo tantas necessidades de mudanças que se a mãe não tiver o devido suporte ela pira na batatinha. Eu como já não era das mais normais, tive que mudar o meu comportamento instantaneamente com a notícia da gravidez. Foi PA-PUM “Héllen, você está grávida” POW, virei santa! Huahua

Eu percebi que o meu estilo de vida deveria mudar para eu ter uma gravidez saudável. Tinha chegado o momento de começar a fazer meu pré-natal. Como eu já disse em post passado, eu estava desempregada então meu pré-natal foi feito no Hospital de Clínicas de Uberlândia (fica + chic falar assim do q Medicina, né? Hauhua) e foi até bom ter feito ele lá, porque logo de início recebi a notícia que a minha gravidez era de alto risco.

1º trimestre de gestação: Mal tinha dado tempo de ficar feliz com a notícia da gravidez e já veio essa paulada. O dia em que me falaram que eu precisaria de um acompanhamento diferenciado e me pediram um monte de exames, cheguei em casa totalmente arrasada e chorosa. Pensa, eu sozinha ouvindo do médico que meu bebê poderia correr riscos de vida... Na consulta seguinte minha mãe me acompanhou e a médica então explicou que o problema poderia me afetar, e não o bebê “Nossa doutora, que alívio, se o bebê não corre riscos eu fico mais tranqüila” e minha mãe “Como ficar tranquila, e você?!?!” Foi aí que eu percebi que já era mãe. Eu estava preocupada com a minha filha, e a minha mãe com a dela... Além disso tinha novidades em abundância, era gengiva que sangrava, pele que ganhava umas manchinhas, era medo de dormir de bruços e esmagar o bebê huahua, enjôos incessantes, exame de translucência nucal (que é feito para saber se o bebê corre risco de ter síndrome de down) e a expectativa de descobrir logo o sexo do bebê. Era coisa d+ pra uma pessoinha de menos, e mais uma vez meus amigos e minha família me ampararam e dividiam comigo essas doidas novidades. Mas no final do trimestre saíram os resultados dos exames e deu tudo certo. Pude, finalmente, sair do alto risco. YEY \o/

2º trimestre de gestação: momento de descobrir o sexo e começar a sentir o bebê mexendo. Quaaaantas emoções. Finalmente descobri que você seria uma menininha! (um dia ainda faço um post especial sobre isso, porque foi emoção d+). E com 16 semanas você deu o seu primeiro sinalzinho de vida! Era de madrugada, eu tinha acabado de deitar quando POW senti uma coisa estranha na barriga, POW de novo, eu morri de medo, POW, aí a tonha aqui percebeu que era a Mariazinha se divertindo dentro da minha barriga e me dando os primeiros chutinhos. Era uma sensação meio estranha, mas muuuuuito gostosa, comecei a rir e a chorar ao mesmo tempo. Lembro que nesse dia eu dormi fazendo muito carinho em você, Maria.

3º trimestre de gestação: já estava cansada, o bebê começa a ganhar muito peso nesse período, sem contar que Maria não parava de me chutar, chegava acertar as costelas, as dores eram imensas mas eu ria, achava bom, sinal de que minha menina era forte e ativa. O finalzinho da gestação é exaustivo, noites mal dormidas, uma vontade imensa de dormir de bruços, vontade de não ir ao banheiro de meia em meia hora, sem contar que a mamãe não abandonou os estudos e agüentou firme e forte o último período da faculdade. O momento de ter o temido parto normal se aproximava, assim como o momento em que eu iria poder te conhecer fora de mim, ver seu rostinho e te encher de beijos, só que para mim isso aconteceria quando eu completasse 9 meses, eu não sabia que tinha que completar o nooooono mês inteiro, ou seja, Maria nasceu de quase 10 meses e ninguém mais agüentava tanta espera. Meus amigos chegaram fazer bolão para saber quando eu iria parir huahua

Filha, por você a mamãe mudou o jeito de aproveitar a vida, passei a aproveita-la de um jeito saudável por mim e por você! Dei adeus às periódicas saídas de todos os dias, com isso foi-se embora as cervejinhas geladas, os cigarros (ok, isso foi bom, ninguém deve ser escravo desses malefícios), fiz um limpa no meu circulo de amizades, pois vi que turminha de farra não serve para muita coisa quando estamos perrengados. Em alguns momentos me senti meio abandonada e perdida no meio disso tudo, engoli muito sapo calada, aprendi a escutar sem ouvir, para evitar a fadiga. Tive que aprender a ser mais maleável e guardar para mim algumas coisas. Não foi fácil, filha! Não é fácil! Mas quem disse que seria?!?!

Porram, se isso é calmaria...

Filhota, olha como você foi crescendo nesses logos meses de gestação