terça-feira, 8 de novembro de 2011

Bem vindo ao desastroso mundo do pós-parto

Pronto, finalmente a pequena Maria Eduarda havia nascido, E AGORA?!?!? E agora que a insegurança se instaurava em minha vida. Tudo bem que eu tinha mãe para me ajudar, só que o último bebê que ela cuidou já é um rapagão de 23 anos!! E não venham me dizer que cuidar de bebê é igual a andar de bicicleta, porque NÃO É!

Duvidam? Na época em que os queridos leitores eram seres fofos e cheirosinhos, usavam fraldas descartáveis? Não né? Um dia eu mais as duas avós de Mariazinha abrimos um pacote para ver ticókiera dessas fraldas. Por mais que pareça simples, e hoje realmente vejo quão simples é, nós só faltamos colocar a fralda em nós mesmas para descobrirmos o esquema hauhua. Maria nasceu e  nós chamávamos as enfermeiras para trocá-la, até porque estava MUITO frio e a gente ficava com dó de deixar a pequena tanto tempo exposta ao frio até acertarmos a forma certa de colocar a fralda. Só que as enfermeiras eram de uma falta de educação pavorosa “Quem tem que trocar fralda é a mãe!” “Olha, só estou pedindo ajuda porque estou deitada sentindo dores, se eu estivesse em condições não iria te pedir ajuda, e pode deixar então que a gente se vira!” ARGH!

Então ta, percebi que tudo mais que viesse pela frente seria descoberto na raça e por experiência própria! Eu nunca tinha pegado bebê por mais de 10 segundos na minha vida e de repente me vi diante da minha filha, que precisava do meu colo. Pensa no meu desespero interno em ter que pegar um bebêzito pititico sem deixar cair hauhua Como eu ia fazê-la dormir? E botar pra arrotar depois das mamadas? E pra amamentar?!?! E banho?!?! Muitas coisas para serem aprendidas na hora e já com a prática!

Eu passei a entender porque tantas mães entram em depressão pós-parto. Não é nada fácil ser a responsável por uma vida. Muitas pessoas não sabem, mas eu tive muito perto de ficar depressiva. 

Segue relato dos primeiros 30 dias de vida de Maria Eduarda (e os que eu achava que seriam meus últimos):

Pra começar, eu me sentia sozinha, com as costas pesadas de tantas responsabilidades divididas comigo mesma (mãe solteira tem que ser raçuda!). Me vi travando uma luta horrível com a amamentação (ainda farei um post sobre amamentação, será de grande valia para as futuras mamães). Tive fissura nos seios, doía absurdo. Maria vinha mamar e de repente via a boquinha dela toda suja de sangue. Eu sabia que de duas em duas horas deveria amamentá-la, quando chegava a hora da próxima mamada minha mãe a trazia pra mim, chorava ela de fome e eu de dor.

Além disso o intestino dela não funcionava direito. Fui em vários médicos e todos me falavam que podia ser normal ficar até 10 dias sem evacuar.Mas chegou um dia que a pequena chorava demais, há muito não evacuava, então aproveitei para levá-la ao médico. Isso aconteceu num sábado à noite, justo num que meu pai estava viajando. Me vi saindo do UAI às 23hrs de um sábado, e o pior, de ônibus. Não, o pior não foi isso! O pior foi o diagnóstico dado pela médica: Minha filha não evacuava porque não tinha o que evacuar, estava passando fome! WTF?!?!? Lágrimas vieram no mesmo momento, como assim minha filha passando fome?!?! Que péssima mãe eu era?!?! 

Eu disse para Médica que Maria mamava nos períodos certos, fora a madrugada que ela dormia toda, e que ficava uns 40 minutos no peito mamando, COMO QUE ELA PODERIA ESTAR PASSANDO FOME?!?! A Médica percebendo o meu abalo me acalmou e disse que o problema poderia ser o meu peito, já que estava muito machucado provavelmente estava afetando no aproveitamento da amamentação. De qualquer forma me senti culpada, tudo bem que eu não tinha culpa alguma, mas a mãe se sente culpada se o filho sofre por alguma coisa. Saí do UAI péssima, chorando e, mais uma vez, me sentindo sozinha. Afinal de contas era sábado a noite e geral tava se divertindo na night enquanto eu estava me sentindo uma péssima mãe.

Sem contar que eu fui me arriscar a dar banho na Mariazinha quando ela já tinha uns 15 dias. Arrumei a aguinha na banheira e pronto, lá fomos nós! Antes de colocar a pequena na banheira vem minha mãe me dar uma broncona porque a água tava muito quente e bla bla bla. Pra mim a água estava peeeeerfeitamente deliciosa, no frio que andava fazendo nada melhor do que um banhozinho morno, não? NÃO! Nenenhos não tomam banhozinhos morninhos de começo devido à pele sensível. Pronto, lá fui eu me sentir o cocô do cavalo do bandido, DE NOVO!

Eu estava me sentindo uma imprestável. Se chorava de cólica? Minha mãe e minha tia que faziam parar. Sono? Minha mãe que fazia dormir. Fralda suja de cocô? Ahh aí era comigo... Sem contar as coisas alheias à minha vontade que estavam por acontecer em minha nada mole vida.

Me vi frente a frente com a depressão pós-parto. Mal comia. Passava noites em claro chorando, pensando que minha filha não me amava e que eu era incapaz de cuidar dela.

Filha, a mamãe falava que nuuuuuuunca botaria filho no mundo pra andar de ônibus, o mínimo que eu deveria ter para ter um filho era um carro, um mínimo de conforto possível. Eu achava que quando tivesse um filho eu o faria parar de chorar no momento em que o tocasse, que eu daria os banhos mais relaxantes, que aproveitaria o momento único da amamentação com ele, que dividiria as minhas angústias, preocupações e as noites mal dormidas com o meu companheiro. Como eu queria que você tivesse nascido no maravilhoso mundo projetado pelos meus sonhos, infelizmente isso não foi possível =(

O que eu quero que você tire de lição disso tudo filha, é que você deve sempre ser uma pessoa feliz independentemente de tudo que lhe aconteça! A mamãe é uma palhaça convicta, acredito que muitas pessoas que estão lendo esse post não souberam de todo o perrengue que ela passou, justamente porque ela estava sempre com um sorriso no rosto! E uma piada panaca na ponta da língua. Eu só estou me abrindo dessa forma para que minha história sirva de lição e aprendizado para as futuras mamães, não acho certo a gente viver de resmunguice, e eu vivi muitas coisas felizes além dessas passagens que estou relatando. As inseguranças virão logo após o nascimento do bebê, e não pararão mais, é para sempre! A experiência adquirida dia após dia é valiosíssima, e o apoio da família nem se fala... Eu me achava uma mãe medíocre, quando na verdade não era, tudo não passava de medo de falhar, de tensão, de inseguranças... Hoje em dia me considero uma super mãe, apesar do meu problema no peito não deixei de amamentar minha filha sequer um dia! (graças a Deus a fissura passou, está tudo cicatrizado e bonitinho. Maria quase não mama complemento, mama mais é o leite materno mesmo). 

Quem agora te alimenta com a maior satisfação do mundo, vendo você fazendo gracinhas durante as mamadas, sou eu! Quem te faz dormir e parar de chorar, Maria, sou eu! Quem te dá os banhos (agora sim morninhos hihi) que você se acaba de tanto achar bom, sou eu! É no meu colo que você passa os dias. São minhas mãos que te enchem de afagos e minha boca que te enche de beijos. A mamãe sofreu um tico sim, mas serviu como aprendizagem e motivação para me tornar essa mãe metida a dar dicas que sou hoje.

Mariazinha, essas nenenhas todas são você durante seus 30 primeiros dias de vida! Ounnn *____*


2 comentários:

  1. Conta aí o que você aprontou até seu peito melhorar...
    Em relação ao banho também acho que vou demorar um pouquinho, eu tenho medo, e espero que isso passe logo hahahahahha nunca dei banho em bebe, eu sou muito desajeitada...
    Poxa quanta coisa passou hein?!?

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  2. Uai ou,eu passei umas pomadas, tomei sol só uns dois dias hauhuahu dizem que é bom pra cicatrizar. Acaba q eu não fiz mta coisa não, eu acho que sarou sozinho. UFA, senão eu não sei oq seria de mim huahua

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