Se tem uma coisa
que diferencia as mães normais das mães solteiras (não que não sejamos normais)
é a forma de contar a grande novidade. Normalmente a família inteira já está no
aguardo de um novo rebento, é só ver um casamento que as tias já começam os
perguntórios de quando vai chegar o filho e bla bla bla. Ao contrário do que
acontece com a gente, pois ninguém está esperando a chegada de bebê, muito menos estão preparados psicologicamente
para isso.
No dia que eu
descobri que estava grávida marquei uma reunião junto com minhas amigas para
elas me acalmarem e para bolarmos um plano de como e quando contar a novidade
para os meus pais. A maioria achava que eu deveria contar o mais rápido possível,
era bom para aliviar a tensão, já eu achava que deveria contar só quando você
nascesse, Maria huahua. Bem, isso seria meio complicado, mas para mim mais
complicado seria enfrentar as ferinhas dos meus pais.
Mas ta, criei
coragem (porque se tem uma coisa que nós mães solteiras precisamos ter é CORAGEM)
e decidi que contaria a novidade para os meus pais no outro dia, e decidi que
faria isso por partes, achava que seria melhor do que reunir geral na sala e
soltar a bomba de uma vez. A primeira a saber foi a minha mãe. Pela manhã eu acordei
enquanto ela limpava a sala, sentia um frio imenso na barriga, as pernas
tremiam e a voz quase não saía, até que comecei “Mãe, preciso te contar uma
coisa séria, talvez a mais séria de toda a minha vida”, minha mãe continuou na
limpeza “Hm...” “É que eu to grávida, mãe não sei o que fazer, estou muito
nervosa...” e fui esperando pelo berro de “QUE QUE É ISSO LAZAREEENTA DE MENINA”,
mas não, para o meu espanto minha mãe não esbravejou, só ficou meio tristonha e
disse que achava que eu era inteligente e sabia me cuidar. Aí ela veio com
as perguntas mãezísticas e eu disse que
já tinha certeza, mas que sei lá, vai que a certeza não era absoluta, então tava
pensando em fazer um ultrassom. Foi aí que eu fiz o ultrassom que eu comentei
no post de ontem. Ela foi trabalhar, eu fiz o exame, ela me ligou, eu
confirmei.
Mãe, check!
Faltava mais dois: irmão e pai. Como eu sei que meu irmão é curioso, tratei de
deixar o resultado do ultrassom do lado do pc dele, que eu tinha certeza que
ele iria dar uma olhadela. Dito e feito! Na hora do almoço ele pegou o envelope
e olhou pra mim “O que é isso?” “Xiuuu, meu pai não viu ainda, olha aí”. Ele
olhou, coçou a cabeça de nervoso, deu uma risada nervosa e... e mais nada, foi
só isso mesmo hauhua Eu acho que internamente ele pensava “Fuuuuuuu irmã”.
O meu maior
temor era quanto o meu pai. Ele é um homem muito sério e sistemático, total
defensor da moral e dos bons costumes, como eu poderia contar que estava grávida,
solteira, para um homem correto desses? E o engraçado é que bem no dia chegou
uma cliente no escritório do meu pai com um bebê, e meu pai brincou até com
ele, eu fiquei observando, quase chorando, pensei em interromper “PAIII, é bom
bebê, né? Daqui uns meses você vai ter um para brincar também hihi” huahau mas
melhor conter o ímpeto! Cheguei a conclusão que eu contaria enquanto ele me levava
para a faculdade, seria bem melhor, porque eu soltava a bomba, me escondia na
faculdade e quando chegasse em casa de noite eu corria pro meu quarto e PRONTO,
me mantinha viva! É lógico que corria o risco do meu pai ter um ataque, um
infarto, perder o controle da direção do carro e POW, mas ufa, deu tudo certo
huahua (dica: um bom momento de contar para o pai que está grávida é quando
estiverem no trânsito, desde que ele não tenha sentimentos homicidas, tenha
nervos de aço e seja bom motorista!). Comecei “Pai, preciso ter uma conversa
muito séria com você, mas só vou começar a falar se você prometer não brigar
comigo”, ele consentiu, continuei “É que andei fazendo uns exames... fiz um de
gravidez e deu positivo”, esperei pelo sermão, ele não veio, comecei a chorar,
pedi desculpas e disse que estava desesperada, foi então que ele demonstrou ser
o bom pai que é “Filha, independentemente do que acontecer você tem uma família
que vai te acolher, você e o bebê”.
Filha, bem
resumidão foi assim que a noticia da sua chegada chegava para a minha família. Por
mais que todos estivessem assustados todos foram receptivos, todos me
acolheram, todos me ampararam, ninguém foi contra a sua chegada, muito pelo
contrário. A partir desse dia um alívio imenso tomou conta de mim, porque eu
sabia que poderia contar sempre com a minha família, e percebi quão abençoada
eu era por isso. Eu simplesmente não tenho palavras para descrever a gratidão que sinto pela minha mãe, pai e
irmão e por você também, que veio no
momento exato, para botar sua mãe nos eixos novamente e unir mais ainda a nossa
família.
Obrigada, meu
presentinho ^^
Não há nada melhor do que uma família unida e abençoada...E espero que você passe para Mariazinha o quanto é importante uma FAMÍLIA...
ResponderExcluirMas pelo jeito ela vai entender e saber dar valor a uma família...Família unida permanece unida, fico triste em saber que tem gente que não dá valor, eu amo muito a minha e dou muito valor, e sinto muita falta de estar longe, mas estou com eles em pensamento SEMPRE...
Lindo! Segurei pra não chorar aqui porque no serviço nao pode chorar do nada na frente do patrao neh!! Mas foi emocionante como voce contou!
ResponderExcluir